Hoje, 23 de abril, é comemorado o Dia Nacional da Educação dos Surdos, com o objetivo de rememorar as lutas e celebrar as conquistas da comunidade surda com a integração de práticas inclusivas no ensino regular.
A língua de sinais foi implementada no Brasil em 1865. Já em 1857, os surdos começaram a ter acesso à educação durante o império, no governo de Dom Pedro II, com o advento da primeira escola de educação de meninos surdos, na antiga capital do país, o Rio de Janeiro. Com a fundação do Imperial Instituto de Surdos-Mudos (posteriormente, renomeado Instituto Nacional de Educação dos Surdos, o INES), iniciou-se o processo de educação formal dos surdos no Brasil, que passaram a ter uma escola especializada para sua educação.
Em 2005, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como um meio legal de comunicação e expressão no país, também como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores, tanto para nível médio quanto superior.
Mesmo com avanços na legislação brasileira, vários problemas persistem na educação para surdos, desde o ensino básico até o superior. Tais obstáculos estão ligados, principalmente, à carência de intérpretes da Libras.
O impasse não é exclusivo do Brasil. De acordo com a Federação Mundial dos Surdos, 80% dos surdos do mundo todo têm problemas de alfabetização e baixa escolaridade, pois dependem da língua de sinais para se comunicar e obter informação.
A baixa escolaridade da comunidade surda também dificulta o ingresso no mercado de trabalho. Conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), somente 0,8% das mais de 10 milhões de pessoas que declararam ter deficiência auditiva no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trabalham com carteira assinada.